Design e construção

O HS70 apresenta uma construção sólida, com hastes reforçadas e materiais resistentes. Essa rigidez contribui para a durabilidade do headset, mas pode causar certo desconforto para quem usa óculos, devido à pressão exercida nas laterais da cabeça. As almofadas são macias e confortáveis, mas sua durabilidade é limitada — após cerca de 14 meses, precisei substituí-las, embora o processo tenha sido simples e com um bom custo-benefício.

Um ponto de atenção é a possibilidade de rachaduras nas hastes com o tempo, o que aconteceu comigo, mas não chegou a comprometer o uso do equipamento.

Conectividade

O Corsair HS70 utiliza um dongle USB para conexão sem fio, o que garante estabilidade e baixa latência. No meu caso, utilizo um hub USB 3.0 posicionado a menos de 1 metro da cabeça, o que ajuda a manter a conexão sempre estável.

Por outro lado, ao utilizar o headset enquanto carrega via cabo micro USB (não USB-C), percebi um problema: o dispositivo começa a desconectar e reconectar repetidamente. A causa pode estar relacionada ao cabo, ao extensor ou ao próprio conector do headset.

Bateria

A bateria apresenta uma boa autonomia e, se carregada corretamente — preferencialmente pela porta USB do computador —, não sofre desgaste prematuro. No meu caso, tive problemas de “vício” da bateria após usar um hub de carregamento ligado na tomada. Felizmente, consegui acionar a garantia da Corsair dentro do prazo e recebi um headset novo lacrado, sem custos adicionais. A assistência da marca foi excepcional nesse ponto.

Compatibilidade e desempenho

Utilizei o HS70 em diversos cenários, incluindo jogos, reuniões online e transmissões ao vivo. Ele foi totalmente compatível com softwares como o Voicemeeter Potato, que uso para gerenciamento de áudio. Diferente de outros headsets da Razer que tive anteriormente, o HS70 não apresentou atrasos, travamentos ou distorções durante o uso com esse tipo de software.

Microfone

O microfone é destacável e tem desempenho satisfatório para um headset sem fio. Apesar de eu utilizar outro microfone para gravações e chamadas, realizei testes com o microfone do próprio headset em ambientes ruidosos (com ventilador e teclado mecânico), e o resultado foi muito bom.

Qualidade de áudio

O som do HS70 é equilibrado, com presença de graves, médios e agudos. O isolamento acústico passivo é eficiente, tornando-o ideal para quem quer se concentrar sem ruídos externos. Ele também oferece som 7.1 virtual, embora eu pessoalmente não utilize esse recurso.

Outro ponto positivo: nunca percebi qualquer tipo de delay no áudio, mesmo após anos de uso.

Controles e usabilidade

O headset possui controles físicos úteis: botão de mute com opção de retorno de áudio e botão de ligar/desligar. O controle de volume funciona bem, com exceção de um detalhe curioso — ao girar até o volume máximo, o som, na verdade, diminui. O ideal é deixar o botão alguns milímetros antes do fim para obter o volume máximo.

Comparativo com outros headsets

Já utilizei modelos como o Corsair HS50 (com fio) e três versões do Razer Kraken. Em termos de conforto para quem usa óculos, a Razer leva vantagem. Já em durabilidade, compatibilidade com software e qualidade do microfone, o HS70 se destaca.

Conclusão

Após quatro anos de uso, posso afirmar que o Corsair HS70 continua sendo uma ótima opção de headset sem fio custo-benefício. Ele oferece uma construção sólida, som de qualidade, compatibilidade com softwares de áudio avançados e uma boa experiência geral — desde que o usuário esteja atento a cuidados básicos com bateria e conforto no uso prolongado.

Recomendo especialmente para quem busca um headset versátil e confiável, com excelente suporte pós-venda da Corsair. A experiência pode variar de usuário para usuário, mas, no meu caso, o saldo foi muito positivo.